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Construindo Cidades Resilientes: O Papel do Paisagismo

Central Garden - Celi

As cidades estão ficando cada vez mais vulneráveis perante os desastres naturais, eventos climáticos que variam de magnitude e impacto em cada lugar, mas estão cada vez mais frequentes. Isto pode ser explicado, em grande parte, por conta da intervenção humana no equilíbrio ambiental global. Seja pela exploração desenfreada de recursos naturais ou pelas práticas insustentáveis de urbanização, tudo está contribuindo para a ocorrência das catástrofes que tem assolado nossas áreas urbanas.


Com isso em mente, vemos uma clara necessidade de promover cidades resilientes e o paisagismo é uma peça fundamental para fortalecer as cidades, torná-las capazes de resistir e se adaptar a estes desafios que estão por vir.


Dito isso, este artigo explora o papel essencial do paisagismo na construção de cidades capazes não apenas de suportar, mas também de prosperar diante das pressões ambientais e sociais contemporâneas.


Por si só, as cidades já são um desafio muito grande, pois, na maioria dos casos, crescem a uma velocidade superior à implementação de medidas que garantam a resiliência e qualidade de vida dos seus habitantes.


Diante desta constatação surge o conceito de Cidades Resilientes, que são aquelas que possuem a capacidade de se adaptar, se preparar e se recuperar de desastres naturais de uma forma rápida e eficiente. É dentro deste contexto que o paisagismo assume um papel fundamental como ferramenta estratégica para a construção de cidades mais fortes e sustentáveis.


Os espaços estão cada vez mais impermeabilizados, o que acaba agravando em casos de chuvas torrenciais, gerando inundações nas cidades, deixando milhares de pessoas em situação de risco e até mesmo desabrigada. Uma solução que está sendo muito difundida globalmente para este problema é a das “cidades esponjas”.


Parque Alagável Yanweizhou, na cidade de Jinhua, China

As “cidades esponjas” são altamente permeáveis, a ideia é que elas sejam capazes de absorver água, em vez de expeli-la, ou seja, permite que a água pluvial se infiltre nos solos o mais rapidamente possível, concretizando o ciclo d’água. Através da implementação de infraestruturas verdes, tais como jardins de chuva, telhados verdes, pavimentos permeáveis, as cidades esponjas são capazes de absorver e armazenar a água da chuva, reduzindo o escoamento superficial e o risco de inundações.


Podemos dizer então que, indo muito além da mera estética, o paisagismo urbano integra o planejamento, o design e a gestão de espaços verdes na estrutura urbana, e, com isto, promove qualidade de vida, sustentabilidade ambiental e resiliência nas cidades.


Existem muitos benefícios em um bom projeto paisagístico para a reconstrução de cidades e torná-las resilientes, dentre os quais vale a pena destacar:


  • Redução do impacto das ilhas de calor: Áreas verdes e vegetação nativa contribuem para a regulação do clima urbano, diminuindo a temperatura e proporcionando conforto térmico aos habitantes.

  • Melhoria da qualidade do ar: As plantas absorvem poluentes e gases do efeito estufa, contribuindo para a purificação do ar e a redução da poluição atmosférica.


  • Proteção contra erosão e inundações: A vegetação e infraestruturas verdes ajudam a proteger o solo contra a erosão e a absorver a água da chuva, diminuindo o risco de inundações e deslizamentos de terra.


  • Gestão de recursos hídricos: O paisagismo pode auxiliar na gestão de recursos hídricos, promovendo a reutilização da água da chuva e a recarga dos aquíferos subterrâneos.


  • Promoção da biodiversidade: Espaços verdes urbanos são essenciais para a preservação da biodiversidade, proporcionando habitat para animais e plantas e contribuindo para o equilíbrio ecológico.


  • Melhoria da saúde e bem-estar: O contato com a natureza tem comprovados benefícios para a saúde física e mental das pessoas, reduzindo o estresse, a ansiedade e a depressão.


  • Aumento da coesão social: Espaços verdes públicos bem planejados podem promover a interação social, o lazer e a recreação, contribuindo para a construção de comunidades mais coesas e resilientes.


Indo muito além da simples estética, o paisagismo tem um papel muito importante dentro do urbanismo, pois ao integrar elementos naturais às áreas urbanas, está entregando também uma melhor qualidade de vida para todos que vivem naquele lugar. Podemos citar exemplos de cidades no mundo que são consideradas resilientes e podemos reparar que todas possuem um projeto paisagístico pensado meticulosamente.


Por exemplo, Copenhagen, na Dinamarca, que é uma cidade reconhecida por suas iniciativas de sustentabilidade, seu alto investimento em áreas verdes. Ou então Singapura, que utiliza tecnologias avançadas, como sistemas de drenagem inteligentes, se tornando um expoente mundial de cidades resilientes, capaz de enfrentar desafios como inundações recorrentes.


Horto Boulevard

A Takeda Design acredita que o paisagismo desempenha um papel vital na reconstrução das cidades de uma maneira que as torne resilientes. Pois investir em um bom paisagismo é muito mais que apenas uma medida preventiva, mas uma oportunidade de transformar as cidades em espaços mais habitáveis e sustentáveis para as gerações futuras. O paisagismo, como uma ferramenta estratégica contribui consideravelmente para a mitigação dos impactos das mudanças climáticas e a promoção da qualidade de vida dos cidadãos. 




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